sábado, 18 de fevereiro de 2012

Ame ou deixe-o....

...amar.


Half of my heart -  John Mayer


Ele morava sozinho desde os dezoito anos de idade e, hoje, aos 25, continua dividindo o mesmo apartamento com as mesmas solidões. [Ele nunca fora o cara mais extraordinário que uma garota poderia esperar. Mas uma coisa ele tinha: amor. E ele meio que se programava para isso. Tentava tratar a vida com mais respeito e cada investida como a última das lutas da face da Terra. Engrenar um romance duradouro era uma ideia que lhe perseguia sempre, mas que ele fazia questão de esmiuçar apenas para as garotas mais completas. Gostava, incansavelmente, da pele. Do toque. Da troca. Do passeio: ou desenfreado, ou destemido. Na verdade, contemplava nas meninas da sua turma a inteligência, às da vizinhança, sedução. Das que passeavam pelas ruas próximas ao prédio, a capacidade de desprendimento. Para aquela que seria só sua, e teria em mãos a chave de sua vida, ele reservou dueto. Dela queria apenas uma contemplação: soma. Aquela capacidade de junção, meio inexplicável, meio sugestiva. Bem certo que sozinha ela não andaria. Ainda bem.] Trabalhava para ver se passava o tempo enquanto (ainda) não saía do trabalho para ir buscá-la e levá-la para desfrutar um programinha de casal. Cama vazia. O perfume era industrializado. Artificial. Não havia fotos na parede e, para tocar, poucos CDs. Há quem viva as/nas/de lembranças. Ele, esperava. Sem dó nem piedade. De si mesmo. Ele esperava porque mais cedo ou mais tarde toparia com ela em algum lugar. Olharia nos olhos. Talvez não sorrisse na ocasião, mas olharia  bem dentro dos olhos. [Tática de quem tem força.] E amaria. Profundamente, a amaria.

2 comentários:

  1. Olha não tá fácil ser eu, e ainda leio um post desse! MARAVILHOSO!

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  2. Wendel,uma das táticas de quem tem força também é deixar-se surpreender. Veja bem, há quem prefira surgir em meio ao deses-ESPERADO. =] BEIJÃO!

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