sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Sobre despedidas e borbulhas de amor...

Noite de quinta. De quinta-feira. Ligo no playlist do meu computador uma música do Paulinho Moska..que soou bem diferente das vezes ouvidas lá pelos meus [acredito] 14 anos de idade. A Seta e o Alvo.

"[...] Eu grito por liberdade,
Você deixa a porta se fechar.
Eu quero saber a verdade
E você se preocupa em não se machucar.

Eu corro todos os riscos,
Você diz que não tem mais vontade.
Eu me ofereço inteiro
E você se satisfaz com metade.

É a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa não te espera! [...]"

E essa música me rendeu uma perspectiva interessante da vida: de "Quando se parte rumo ao nada". O.k, vamos em busca da graça. Certamente, o que nos é de ressalva é o modo como nós nos entregamos para a espera. Aquilo que eu espero de mim e aquilo que eu espero de outrem - frisando a preponderância do último caso. Aquilo que eu espero da vida, aquilo que eu espero do meu trabalho, aquilo que eu espero da minha carreira, aquilo que eu espero da espera, mesmo. Tais escolhas são praticamente, em razão de não sabermos o que encontraremos, uma ida rumo ao nada. Mas muitos têm medo da invisibilidade do caminho, porque muitos querem atingir "a sua meta...". E a meta é não dar o "braço a torcer". É não querer ser a outra metade; deixar-se aproximar. É ESPERAR que tudo se transforme. Sem o mínimo do nosso esforço. Sem a nossa gratidão, sem a nossa esperança e, acima de tudo, sem a nossa humildade e a nossa paciência. Nos inflamos para ressaltar o quão virtuosos somos, o quão sensatos somos. Mas, de fato, aquilo que realmente é inteligível são nossos buracos-negros. E a gente vai sugando aquilo que nos abraça, ao mesmo tempo que recuamos para o além-mar. Porque, até um certo ponto só há nós. Mas, é só até um certo ponto.
"[...] Eu ando num labirinto
E você numa estrada em linha reta."

E por muito, calorosamente eu te pedi. Carinhosamente emiti sinais. Amorosamente eu fui embora. E até ontem não sabia se a dor da partida me doía muito mais do que a dor do tombo do nosso encontro. E há coisas que eu não faço. E há coisas que eu não acredito. Mas ainda há caminhos que eu percorro. Se eu perdi o nível, penso que foi pela ausência que me trouxeras. E se eu perdi o rumo, foi porque não me seguraste. E se eu fui, realmente embora, foi porque algo de mim tu levaste antes. Talvez tenha sido a minha própria vontade de ficar. Se olhares bem, bem ao redor, foi por motivos superficiais que passaste por aqui. Já eu, não."Eu experimento o futuro."

Nenhum comentário:

Postar um comentário