terça-feira, 9 de agosto de 2011

O final da lista

Na noite de número um, em nossa (nova) casa, tudo nos parecia estranho - até mesmo porque aquele espaço aparentava [em último caso] um lar. Contudo, de todas as noites registradas antes do translado, naquele antigo cafofo, localizado na Rua Surdina, esta foi, sinceramente, a melhor. As que se seguiam eram nada mais, nada menos que as melhores depois da melhor. Pois muito bem, tudo seguira normal. O cheiro de tinta contribuiu bastante para atenuar a embriaguez na qual nós nos encontrávamos; que os jornais espalhados pelo chão eram convidativos; que o vento da rua realmente nos salvou durante toda a noite e que, ter dividido o velho divã com o Fred foi uma experiência que não merece bis. Na noite de número 23, tudo já estava tão em seus conformes que, se duvidarmos, aquelas coisas todas espalhadas pela sala saberiam voltar direitinho para seus devidos lugares. A nossa sintonia prosseguiu com muito êxito, até a noite do dia 35. Eu já tinha visto uma garrafa cair no chão e espatifar-se por inteiro, mas, uma garrafa voar em direção à parede ou até mesmo uma "pessoa qualquer", eu nunca tinha presenciado. Passou, assim como a noite 37, a de número 45 e assim por diante. Na noite de número 50 eu estava longe, do outro lado do país - certamente o Fred deve ter ocupado meu lugar na cama. Nas noites 80, 81 e 82 você atravessara o Atlântico e eu fiquei com a companhia daquele "lindo" carregador de botas, nosso Fred. Nas noites de 124 a 130, passamos bem mais que juntos, passamos bem mais que dois....nos perdermos nestes sete dias. Na noite 200 teve chocolate com morango. Na 201 teve "Moulin Rouge" e "Cabaret" na 202. Na 203 nem vou dizer qual o remake que seguimos. E toda noite tínhamos uma história para contar. Na noite 220, Santa Claus chegou tarde. E toda noite era algo. E toda a noite éramos alguém. Mas, na noite de número 620 teve eclipse ao contrário....E já não mais foi preciso apagar o abajour. Foi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário