segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Das mortes que não devemos ter medo (.)

Antes do segundo tempo da aula começar, a professora resolveu nos apresentar uma exposição em slides, a fim de que nós refletíssemos a respeito do que aquelas tantas “lâminas” tinham a dizer. A trilha sonora era de tenores italianos. As palavras, de um português, PessoA. O texto falava de morrer, de morte, de vida, de viver, de renascimento e de vir a ser um novo outrem depois de um assassinato particular, muito bem planejado

E assim fomos. Acima de qualquer suspeita, ela nos lera o texto com alma viva. E as palavras nos diziam uma realidade que até então nos era particular e, de uma maneira mais displicente, era simplesmente figura ativa de nossas inconsciências. Meus olhos seguiram as letras que apareciam na projeção, já buscando o fim – mas não porque já estava eu fatigada, não. Buscava, eu, uma seleção pessoal de justificativas, para fazer daquelas palavras mais que claras e vívidas em minha racionalidade. E sim, mantra peculiar. 

O texto falara de morte. Em figuração mais fixa: evolução. Sim. Sintetizando a narrativa, o autor afirmava que, para que você alcance para além das escolhas, e destas, sua concretude, é necessário um processo evolutivo – mais do que do ser, da alma. Assim colocado, para a realização desta, é preciso MORRER. 

Conhecer a morte pode ser impensável para muitos. Motivo de espera para outros. E há quem a espere com meio copo de expectativa. Contudo, morrer é preciso; e reviver, essencial. Pelas mais diversas razões – figuradas ou não –  fazer uma passagem, atravessar uma ponte, uma estrada, uma reta ou apenas pensamentos e algumas insanidades, é preciso. Deixando pedaços e capas para trás. É preciso estar disposto a encontrar a morte vestida de branco, com flores nas mãos e de cara lavada. Nítida.

E é quando você vai para a janela, querendo encontrar lá ao longe, a chance sucessiva da esperança: de convencimento superior e do extremamente necessário. E, é da janela que você inspira o perfume da morte...te chamando para a despedida. A despedida mais encontrada e, muito quem sabe, a mais certeira que se possa fazer.


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